G

[...]
Eu sozinho, de verdade
Encontro em mim, minha essência
Não faço caso de ausência
E nem me incomoda a saudade
[...]

(Paulo César Pinheiro)

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

06:21

Quando tudo chegou, quando a novidade veio, foi como se meu coração se perdesse. Me vi denovo em um situação, que eu ja sabia como iria acabar. Pra falar a verdade, desde que começou, parte de mim ainda tinha um pé atrás, parte do meu coração ainda estava com rachaduras. A fé, que eu sempre jurei não ter, foi maior. O querer acreditar me transformou, e eu senti, mais do que nunca o que jurei nunca sentir denovo.
Eu amei.
Ardentemente, apaixonadamente, loucamente, eu me entreguei.
Eu sabia que estava me pondo em uma situação de risco, e quis continuar. Eu conhecia a dor de descer de uma altura tão alta, e mesmo assim, estando mais alto do que nunca, estando mais louca, apaixonada, envolvida do que nunca estive, eu me permiti subir ainda mais.
Mas aconteceu... o puxão.
O esperado mas não aceito.
E voltou aquela parte de mim que clama ser minha culpa. Porque esse pedaço nunca saiu, aquele pedaço que não acredita em azar, que acha que tem que ter uma explicação pra tudo que acontece comigo, ele me culpou. Disse "Você se permitiu denovo, mas você não merece isso! não importa quão boa você tente ser." você é uma babaca.
E eu cai.
Em um lugar fundo, escuro. Um vão de um unico caminho. Quando me vi no chão, sem nada a perder, eu me levantei. Meu todo se levantou. Minhas rachaduras foram pra trás, pra parte em que ninguém as veria... só eu.
Eu vivi.
Olhei pra frente e aceitei o vão. Aceitei o que me aconteceu. Aceitei que eu mereci. Ou que não mereci. Que assim são as pessoas. Que não se pode esperar tanto de ninguém. Que talvez não fosse pra ser. Que talvez o que fosse pra ser, ja era. Era eu.
Eu.
Me olhei no espelho depois de uma caminhada, tomada pelo vazio daquele vão. Talvez naquele instante, o vazio tenha entrado. Me tornei parte de tudo. Eu andei, corri, me adaptei. E ai você apareceu. Querendo ser parte do meu vão. Prometendo me ajudar a escalar.
Eu ja sabia como subir. Eu ja andei por aquele lugar tantas vezes, ja conhecia seus truques e armadilhas. Eu sabia que subiria, com ou sem você.
Mas não resisti. Essa sou eu. Não consigo largar até achar que fui até o fim.
E agora aqui estou eu. Em algum lugar plano, longe do vão, mas longe do alto. Em algum lugar estranho tentando reconstruir o que eu sentia.
Mas o vão... o vazio que entrou quando eu cai. Não saiu.

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